O que têm em comum os pilotos Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton,
Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Michael Schumacher e Jenson Button?
Terem sido todos campeões do mundo. Dessa agremiação pontuada por classe
e carisma, quase todos são candidatos ao título do presente mundial.
Schumacher é o único piloto que não dispõe de condições para lutar pelo
título. O Mercedes Petronas ainda não é um carro vencedor e mesmo os
santos da casa já não fazem milagres. Apesar das dificuldades continua a
fazer das tripas coração e este ano já o vimos mais perto dos lugares
da frente e por mais tempo. Quanto mais não seja, ele ainda é o piloto
em atividade com mais troféus. Tem-nos em número suficiente para
distribuir pelos colegas e ainda lhe sobram dois para a coleção.
Por
isso é que este F1 2012 é uma espécie de edição especial campeões. É
difícil encontrar outro campeonato do mundo de Fórmula 1 que tivesse
ainda mais campeões a competirem conjuntamente. A entrada de Kimi
Raikkonen para a Lotus veio abrilhantar ainda mais um pelotão bem
consistente e equilibrado. Às velhas raposas e pilotos de ponta, há que
contar com um punhado de jovens (alguns repetentes) que começam a ganhar
mais espaço e a dar nas vistas. São eles Paul di Resta, Daniel
Ricciardo, Kamui Kobayashi, Sérgio Pérez e Pastor Maldonado (embora este
depois da vitória em Barcelona tenha voltado a assumir uma postura
demasiado ofensiva) . Na luta pela posição cimeira é Alonso quem mais
pontos tem, fruto de um grande equilíbrio conseguido no seu Ferrari
pouco antes da meia metade dos grandes prêmios.
Até ao nono grande
prêmio não houve um piloto a ganhar por duas vezes, o que diz bem do
equilíbrio da presente temporada, o que é positivo para quem assistiu ao
domínio avassalador da Red Bull no ano passado, protagonizado sobretudo
por Sebastian Vettel e que limitou significativamente a emoção do
campeonato. É assim dentro de uma das mais temporadas competitivas dos
últimos anos que a Codmasters renova a aposta do seu simulador virtual
de Fórmula 1 com adaptação à presente temporada.
F1 2012 assenta sobretudo na continuidade dos dois projetos lançados
em 2010 e 2011 para as consolas da atual geração. Não estamos aqui
perante uma edição com grandes transformações para uma série que
arrancou pela mão dos britânicos com consistência, autenticidade e
realismo. É certo que para uma terceira temporada começa já a criar
alguma tendência para a repetição. No entanto, as novidades que emergem
para esta edição, conjugada com a boa componente racing marcada no ano
passado, fazem desta uma experiência que continua a merecer atenção por
parte dos fãs deste desporto automóvel.
De um modo geral a
condução não sofreu grandes alterações. Os fórmula 1 são carros muito
potentes e o grande mérito da Codemasters neste jogo volta a passar pela
capacidade de criar uma fantástica sensação de velocidade a partir da
câmaras do cockpit (visão do piloto) e tv pod (situada pouco acima do
capacete do piloto). As perspetivas exteriores tendem a prejudicar a
progressão pelo asfalto, assim como a câmara montada sobre o spoiler
dianteiro, demasiado afundada, gere-se bem apenas com um volante.
Interessante é verificar a solidez da frame rate, quer nas provas que
decorrem debaixo do céu limpo, quer à chuva. Haja ou não muitos pilotos
para ultrapassar a consistência gráfica não só continua consistente como
imperturbável. Os efeitos dinâmicos no tempo foram algo de alguns
retoques. Agora sucessivas bátegas quase que alagam a pista e fazem do
pelotão em lançamento na primeira volta de um grande prémio chuvoso
quase aquilo que se pode chamar de uma procissão à noite. A bruma que se
levanta do asfalto é espessa e torna mais difusa a visão para o nosso
rival.
No
caso das aproximações ao adversário que segue à nossa frente ou mesmo a
um grupo de pilotos que travam para entrar numa chicane, podemos sempre
ser um pouco maliciosos e musculados, encostando muitas vezes o pneu da
frente para ganhar terreno. Os contatos mais pequenos são muitas vezes
inevitáveis e quase impossíveis de escapar. O jogo permite alguma
atuação mais ousada, mas mais do que um pequeno toque inevitável e terão
sempre a penalização à espera. Bandeiras pretas são frequentemente
exibidas aos pilotos que não cumpram uma postura defensiva. O mesmo
sucede com a falta de respeito pelo cumprimento das trajetórias. Tentem
cortar uma curva ou chicane e serão penalizados em tempo ou com passagem
obrigatória pela zona das boxes.
Sendo possível disputar corridas rápidas apenas pelo prazer da
velocidade sem grande preocupação com os embates, a verdade é que o
melhor fica reservado para os adeptos da simulação. Naturalmente a
exigência é maior e atravessa os modos principais do jogo, nomeadamente o
modo carreira. Com os parâmetros da condução ajustados para a simulação
o mínimo toque pode provocar o desprendimento da asa ou quebra de
suspensão. Os efeitos no carro foram retocados de molde a traduzir mais
algum realismo, embora aqui não sejam visíveis grandes diferenças nos
estragos para o que vimos no ano passado.
De volta estão também os
flashbacks, que ajudam os menos precavidos. Através das repetições
podem voltar atrás alguns segundos e, ativando o flashback, prosseguir
na corrida real a partir desse ponto. Isto permite corrigir erros e
situações menos agradáveis que acontecem ao longo da corrida, como
ultrapassagens falhadas e saídas de pista, mas lembrem-se que isto tem
um custo, nomeadamente a perda do tempo no final da volta. Por outro
lado esta técnica só pode ser usada um número fixo de vezes.
Se a
sensação de velocidade e o estilo de condução continuam a ser dimensões
triunfantes do jogo, não é menos importante o grafismo e sobretudo a
caracterização dos carros. Para este ano muitas marcas optaram por
seguir um design diferente quanto ao nariz do automóvel, criando um
degrau que, na ótica de muitos fãs, deixou os carros menos bonitos.
Goste-se ou não do resultado, a Codemasters conseguiu reforçar bem a
dimensão geral dos carros. O que se destaca mais agora são as pinturas e
os reflexos causados pela luz. Isto confere mais algum brilho e torna
os carros mais bonitos. Até os pneus de chuva exibem melhor os sulcos
para passagem da água.
No que respeita ao número de equipas, vão encontrar as mesmas doze do
ano passado, embora com a alteração da designação da Lotus por
Catherham, tendo a Renault ficado com os direitos de Lotus F1 Team. Pela
primeira vez irão disputar a temporada composta por vinte provas, na
qual a única pista nova é o circuito das Américas montado em Austin, no
Texas e que irá funcionar como GP dos Estados Unidos. Isto dá-vos a
oportunidade para experimentarem o circuito antes da realização da
prova. Contudo, está longe de ter um desenho fascinante. Uma volta
rápida faz-se perto dos dois minutos, mas são muitas as curvas lentas e
médias longas que travam a marcha impiedosa destes bólides. Por isso,
Monza, SPA, Barcelona, Suzuka,Valência e Melbourne ainda continuam a ser
as pistas mais apelativas.
O Young Driver Test é o cartão de
visita que a Codemasters nos entrega assim que acedemos ao jogo.
Trata-se de um programa de preparação para a F1 destinado aos jovens
pilotos que militam nas categorias de acesso como GP2 ou GP3. Trocando
por miúdos, este modo de jogo faz parte do modo carreira e funciona como
"tutorial". Os seus desafios repartem-se por dois dias de treinos.
Neles os candidatos irão conhecer o funcionamento básico dos automóveis,
a saber como utilizar o KERS e DRS, a passar pelos apex das curvas, a
pilotar à chuva, entre outras provas que garantem prémios para os mais
rápidos. Os jovens pilotos participaram na produção do jogo e por isso
verão alguns nomes associados.
Ainda dentro do modo carreira outra grande novidade é o Season
Challenge. Este é um campeonato mais curto composto por dez corridas,
com uma volta para qualificação e uma mão cheia de voltas por corrida.
Aqui o objetivo passa por ganhar a corrida ao rival e ficar à frente
dele no final da prova. O rival é selecionado no começo do campeonato e
haverá uma competição ao longo de três provas, até que seja escolhido
outro adversário, dependendo da classificação alcançada. Com novas
temporadas e dentro de equipas de ponta, os rivais escolhidos promovem
mais dificuldade. O modo carreira dispõe de uma estrutura algo similar.
Nesta opção terão que disputar a temporada inteira, alcançando
determinados objetivos para provas específicas no calendário.
Quanto
ao modo Proving Grounds, junta-se aos habituais Time Attack e Time
Trial o modo Champions. Consiste num conjunto de desafios contra os seis
campeões presentes no campeonato. Desafios esses que acontecem em
momentos especiais de uma corrida. Algumas vezes o jogador deverá
recuperar posições e outras vezes terá de impedir que um campeão o
ultrapasse. Ao chuva e em diferentes cenários, para o fim está reservado
o desafio supremo no qual o jogador deve vencer não um mas seis
campeões ao mesmo tempo.
O modo multiplayer divide-se entre on-line, lan e
split screen. O on-line será talvez o mais solicitado, já que permite
agregar 16 jogadores numa mesma prova, sendo que haverá ainda mais seis a
juntar pelo computador e comandados pelo mesmo. É quase um pelotão
completo. À semelhança da edição passada poderão adaptar as condições de
prova para cada Grande Prémio e incrementar ou reduzir o realismo. Por
fim as Quick Races são sempre uma opção para quem não quer perder grande
tempo em configurações e quer avançar para a corrida.
Nas
corridas será importante a estratégia a definir quanto aos pneus. As
regras do ano passado mantêm-se pelo que terão sempre de efetuar pelo
menos uma paragem nas boxes para mudar de pneus. Os reabastecimentos
continuam cancelados, daí que se quiserem apostar numa estratégia de
longa duração para superar adversários que partem na frente terão de
compatibilizar da melhor forma os pneus prime com outros à escolha. Os
alertas via rádio voltam a assumir importância ao ponto de percebermos
se os penus montados se mantêm eficazes.
Como já devem ter percebido, F1 2012 não é um jogo de grandes
transformações. No tocante à condução e aos efeitos visuais do jogo, as
mudanças passam sobretudo por retoques e meros detalhes. Mas isto também
significa que em termos de jogabilidade F1 2012 continua a ser um
prazer e uma boa opção para os amantes do desporto. Depois há mais
novidades e muitas delas avançam para um plano de maior rivalidade entre
os pilotos, quer nos campeonatos, quer no modo Champions no qual
enfrentamos os pilotos de topo. F1 2012 possui também a maior temporada
de sempre, com 20 provas espalhadas pelo globo a disputar. No fundo é
uma edição que fica marcada por particularidades relevantes. A
Codemasters continua a fazer um bom trabalho e os fãs agradecem.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
F1 2012
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Muito show as imagens, F1 é bom demais
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